Dia D

Ainda está para surgir alguém que prove que o bem prevalece sempre sobre o mal. E isto leva-nos a pensar nos caminhos que o mundo poderia ter percorrido se certos acontecimentos fulcrais tivessem acontecido de outra forma.
Hoje passam 60 anos sobre o Dia D, o desembarque das forças aliadas na costa da Normandia, e quando se pensa no que sucedeu nesse dia não se pode deixar de equacionar sobre a sua importância para o mundo em que hoje vivemos. Pode sempre afirmar-se que a queda de Hitler e dos seus nazis já seria inevitável nesta altura, faltando apenas saber quanto tempo iria demorar, mas esta é uma afirmação que não se conclui necessariamente verdadeira: certos desenvolvimentos, do avião a jacto à bomba atómica, estavam a meses de serem concretizados pelos alemães e poderiam mudar o curso da guerra de uma forma radical.
O sucesso do Dia D constitui assim um acontecimento charneira da história contemporânea e deve ser celebrado como tal. Ser adversário da actual política externa americana não significa o não reconhecimento dos sacrifícios que o povo americano já fez pela Europa – a sua participação na II Guerra Mundial foi decisiva para a decisão da guerra. Sem os EUA a Grã-Bretanha acabaria por sucumbir às mãos das forças alemãs e provavelmente viveríamos hoje num mundo bipolar dominado pelos descendentes dos nazis e pelos americanos.
Esquecer os que morreram nas praias da Normandia seria, mais do que injusto, imoral. Existem certas coisas que estão para além das posições políticas de cada um. E tal como as actuais posições dos sionistas de Israel não minoram ou deformam o horror do Holocausto que os judeus sofreram, também a actual política dos EUA não ofusca tudo o que fizeram pela Europa durante a II Guerra Mundial e no período subsequente, contendo o totalitarismo comunista de Estaline e dos que se lhe seguiram. Por isso é bom lembrar. É bom não esquecer. Até porque ninguém ainda provou que o bem prevalece sempre sobre o mal.

tuguinho, anti-militarista assumido mas que hoje bate a continência

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