Lições de português de um professor universitário

“Diccionário” para “dicionário”
“Percebe-se” para “percebesse” (já ouviram falar no pretérito imperfeito? É diferente duma conjugação reflexiva)
“Deficiante” para “deficiente”
“Hierárquia” para “hierarquia”
“Medecina” para “medicina”

Lições de inglês
“Forword” para “forward”

Perceberam? Aprendam porque ele não passa cá todos os dias. Assim vai a nossa universidade.
Só para complementar, o professor universitário, cada vez que passa por aqui para dialogar (diz ele…), rebate as nossas opiniões com expressões de grande cortesia e elevação intelectual, sendo que, segundo ele, as nossas respostas é que são insultuosas, porque não concordamos com os comentários. Se o teor das nossas respostas o incomoda, não sei porque é que perde tempo a vir aqui, uma vez que nos tem em tão má conta. E caso alguém pense o contrário, o que escrevemos são apenas opiniões: não são teses de doutoramento, tratados de direito, teologia ou medicina, nem dissertações pseudo-intelectuais sobre as teorias de Copérnico ou Galileu. Muito menos temos a presunção do professor universitário na forma como desenvolve os seus testamentos.
Sugiro aos potenciais interessados que releiam os últimos artigos relacionados com a questão do aborto e os respectivos comentários. Nesses comentários, o professor universitário, pelo meio de erros ortográficos de palmatória e longuíssimas frases escritas de modo tão confuso que deixam de fazer sentido (e ainda se atreve a dar-nos conselhos sobre como escrever português!), brinda-nos com alguns epítetos que aplica, conforme o caso, aos autores em pessoa ou às opiniões aqui expressas. Eis uma lista de algumas expressões contidas no que ele chama “diálogo”:

Ignorantes, mentirosos, hipócritas, abjectos, demagogos, manipuladores, cobardes, zarolho, preconceituoso, canalhice, tacanhez, cegueira, tara, ranhosa, baboseiras, patacoadas.

Em cima disto, o professor universitário atribui-nos (fruto da sua imaginação delirante) ligações ou afinidades ideológicas com políticos – vivos ou mortos – ligados a uma determinada corrente política, ou a determinados partidos, ou a movimentos de algumas décadas atrás sem sequer imaginar que idade poderíamos ter nessa altura. Aos argumentos que não lhe convêm responde que são falsos, mesmo quando há muitos factos e documentos que os comprovam (como é o caso da posição da igreja em relação aos nazis, que ainda recentemente foi abordada numa série de DVD’s acerca da 2ª guerra mundial), dando-se ares de informado sobre todos os assuntos e fazendo desde logo um diagnóstico acerca do que lemos ou deixamos de ler, como se ele tivesse o exclusivo da informação que interessa; ou entra pelo caminho da desconversa ou da regatice barata como resposta a factos ocorridos com pessoas que eu conheço, em locais que conheço e onde vivi, somente porque eu não disse onde, nem quando, nem com quem elas ocorreram. Como é óbvio não vou aqui expor a vida de pessoas, porque este não é um espaço de delação. Se o professor universitário dá ou não algum crédito a estes factos, é o lado para que eu durmo melhor. Finalmente, para não deixar os seus créditos por mãos alheias na arte da má-língua em que, pelos vistos, é doutorado, ainda tece considerandos de mau gosto e baixo nível acerca do carácter de cada um de nós duma forma verdadeiramente infame.
Com toda esta verborreia, o professor universitário, que nos pretende dar lições de moral e sapiência, julgando-se com certeza o supra-sumo da inteligência e da sabedoria (certamente desconhece a frase de Sócrates, “só sei que nada sei”; e no seu autoconvencimento nem percebe que aqueles que julgam que sabem tudo serão porventura os mais ignorantes) e arrogando-se o direito de nos julgar e condenar à fogueira, revela afinal toda a sua índole moral. Nem vou classificá-la porque as expressões que utiliza retratam bem quem as profere. E é este tipo de gentinha que se coloca em bicos de pés como grandes defensores da vida e grandes moralistas, quando tomam as atitudes que estão à vista com quem não lhes apara todas as postas de pescada e não hesitam um segundo em insultar e tratar abaixo de cão quem nem sequer conhecem mas pensa de maneira diferente deles. Moralistas de merda!
E assim fica registado que nós ofendemos quem nos comenta, e que quem nos comenta desta forma só quer dialogar.
Pessoalmente, não tenho pachorra para alimentar conversas imbecis acerca do sexo dos anjos, nem me apetece perder tempo com mentes retorcidas que vêem o mundo de forma maniqueísta e só conseguem funcionar à luz duma moral retrógrada, intolerante e que tresanda a mofo. E, acima de tudo, não suporto a arrogância de quem se julga um iluminado enviado do Além e superior ao comum dos mortais. Pode ficar com a sua omnisciência e metê-la onde quiser, mas vá dar lições a quem lhe quiser aturar as paranóias teológicas.

Para que conste, estes pseudo-diálogos terminam aqui.

Kroniketas (para quem ainda não percebeu, não é um nome: é um pseudónimo inventado por nós)

PS: será que o professor universitário também aplica estes adjectivos aos seus alunos? Pobres alunos…

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