Ressuscitar sempre!



O ser humano gosta de rotinas. Sentimo-nos sempre mais confortáveis quando o horizonte próximo é composto por coisas que já conhecemos e que sabemos terem grande probabilidade de acontecerem como prevemos. Quando algo sai dos eixos sentimos pelo menos desconforto e até alguma desorientação momentânea, até que os nossos “giroscópios” biológicos nos coloquem outra vez na rota certa e a mudança tenha sido absorvida e tornada rotina.
Mas há um perigo nisto! A verdade é que vamos cristalizando nesse “rame-rame” e acabamos estáticos e sem chama, velhos por dentro. E como podemos evitar esta mumificação? A resposta está em reinventarmo-nos, sair por vezes do território conhecido, abrir os olhos ao mundo, ressuscitar ciclicamente sem morte anterior – transformar a múmia num casulo de onde saiamos renovados.
Não quer isto dizer que nos devemos transformar em esponjas absorventes de modas e tiques, do que é in em determinado momento, só para parecermos modernos e actualizados. Devemos ter os olhos e os ouvidos bem abertos mas usar sempre os filtros da inteligência, do gosto e da qualidade.
Reinventarmo-nos pode não ser mais do que mudar certos hábitos, ou continuar a gostar de música que os bens comportados nos diriam já não ser para a nossa idade. Que idade? Para o diabo com as limitações e a categorização das coisas! Sejamos livres!
Neste primeiro dia de um ciclo que todos os anos recomeça gritem bem alto:
Abaixo o cinzento! Ressuscitemos sempre!

tuguinho, cínico encartado

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