Mais um energúmeno ao volante

Domingo à tarde, via do Infante. Regresso da Praia da Rocha depois duma escapada de fim-de-semana para aproveitar os últimos dias dum verão maravilhoso no Algarve. Dirijo-me à A2 num Volkswagen Polo 1.0 a uma velocidade que varia entre os 120 e 140 km/h (o carro não dá para muito mais). Quando encontro veículos mais lentos passo para a faixa da esquerda e ultrapasso-os, voltando à faixa da direita para deixar passar os “bólides” e os “aceleras”.
Por alturas de Alcantarilha passo para a faixa da esquerda para fazer mais uma ultrapassagem, sem reparar sequer na marca do veículo que se deslocava à minha frente. Quando estou a par dele, eis que subitamente deixo de conseguir andar mais que ele e é ele que, agora, anda mais depressa que eu, aumentando bruscamente de velocidade enquanto eu tentava acelerar. Vi que o carro à minha direita era um Mercedes desportivo e rapidamente abrandei e me coloquei de novo atrás dele na faixa direita, protestando com o imbecil do condutor. O anormal do Mercedes faz-me um gesto como que a indicar que eu tenho que ir pela faixa da direita enquanto se afasta. Eu continuo a protestar com ele e o atrasado mental gesticula apontando com o dedo para a cabeça, gesto que eu repito para ele.
Subitamente, o energúmeno do Mercedes, que devia ir a dormir, deve ter acordado quando eu tinha o carro a par dele, e resolveu impedir que eu o ultrapassasse, contrariando uma das regras básicas do código da estrada, e não contente com isso o idiota ainda refilou comigo. Se calhar o mentecapto ainda achava que tinha razão.
Este tipo de comportamento, muitas vezes repetido nas nossas estradas, é mais um exemplo da escumalha que anda por aí. Os principais terroristas do asfalto são aqueles que, supostamente, têm mais dinheiro porque têm carros de grande cilindrada, o que confirma que o acesso ao dinheiro não os tornou mais civilizados, pelo contrário. A minoria de portugueses que têm um comportamento normal nas mais variadas situações do dia-a-dia, porque tiveram acesso a alguma educação e alguma cultura que lhes permitiram definir padrões de comportamento, não engloba os novos-ricos que tiveram acesso ao dinheiro… mas só. Julgam-se importantes, mas um analfabeto milionário não deixa de ser analfabeto. Tal como um labrego de fato e gravata continua a ser um labrego e um burro carregado de ouro continua a ser um burro.

Kroniketas, farto dos jumentos que andam por aí

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