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A mostrar mensagens de janeiro, 2007

Outra vez o referendo

Estando a ouvir o “Prós e contras” sobre a questão do referendo ao aborto, dei por mim a pensar que grande parte dos mais assanhados defensores do “não”, para além de fanáticos na sua maioria, não são só hipócritas: depois de ouvir os habituais argumentos terroristas cheguei à conclusão que alguns vivem num mundo virtual, que só existe nas suas cabeças. A argumentação é sempre a mesma: o direito à vida, o direito à vida, o direito à vida. E dali não saem porque preferem ignorar a realidade. E a realidade, a infeliz realidade, é a existência do aborto clandestino em condições precárias, muitas vezes com consequências graves para a mãe. Os ferozes opositores da despenalização acenam sempre com a bandeira do acompanhamento às grávidas. Mas a pergunta é: onde está ele? Onde esteve o acompanhamento à jovem de 14 anos que morreu num hospital, vítima de complicações pós-aborto clandestino? Onde esteve o acompanhamento à mãe de Torres Novas que entregou a filha a um casal, porque não podia fic

A lobotomia - parte 42

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Como é habitual por aquelas paragens, o treinador Jesualdo Ferreira, mal entrou no FC Porto, começou logo a falar como se tivesse lá nascido e assimilou desde logo o discurso das queixinhas contra tudo e contra todos. Ainda não acenou com a perseguição do Terreiro do Paço, mas com jeito lá chegará. O último triste episódio passou-se depois da derrota em Leiria na passada 6ª feira. Pressurosamente, Jesualdo veio dizer, depois do jogo, que aquela arbitragem devia ser investigada. Curiosamente, parece já ter-se esquecido do que acontecia ao Benfica sempre que ia jogar ao Porto quando ele lá estava. Curiosamente também, esqueceu-se de mandar investigar o penalty-fantasma assinalado contra o Atlético no final dos 5 minutos de desconto, no jogo para a Taça. Como muito bem fez notar Leonor Pinhão na sua crónica das 5ªs feiras n’A Bola, se o Benfica tivesse tido um penalty daqueles quando foi eliminado pelo Gondomar talvez Jesualdo ainda fosse treinador do Benfica. Já se deve ter esquecido que

Última hora!

É sempre entre as 23 e as 24, salvo alteração por motivos de força maior... blogoberto, chico-esperto

O país dos coitadinhos (I)

Um recente comentário de um dos membros deste blog no Diário de uma professora , a propósito deste artigo ali publicado, onde se contestava com veemência, e com alguma ironia à mistura, algumas justificações dadas pela autora para uma situação incompreensível, foi apagado pela autora por considerar que o mesmo não era digno de figurar no seu blog, aconselhando de caminho a pôr as peixeiradas no nosso. Em vez de responder, de retorquir à argumentação com outra argumentação que tentasse rebater as nossas afirmações, como estas estavam totalmente em desacordo com o que foi dito não gostou e simplesmente apagou. É o caminho mais fácil, é rápido e não dá trabalho. Está no seu direito. É uma das prerrogativas de quem tem um blog, essa de fazer o que quer dos comentários dos leitores. No entanto, o princípio está completamente errado. A blogosfera é, acima de tudo, um espaço de liberdade, mas também de polémica, e esta atitude de injustificada censura revela, antes de mais, uma completa inco

O que os outros disseram (XXIX)

“Um professor que não é capaz de substituir um colega durante uma aula, a quem não ocorre nada de útil para ocupar os alunos nesse tempo, é definitivamente incompetente e não está na escola a fazer nada.” (Miguel Sousa Tavares, “Expresso”, 6-1-2007)

Petição contra a TLEBS

Já lhe chamaram “O monstro”. Já há um movimento contra a sua aplicação. Já há uma petição para entregar na Assembleia da República a circular na Internet para recolha de assinaturas. É a famigerada TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário), que vai dar cabo da cabeça a alunos, pais e professores, que vai desvirtuar todos os conceitos tão simples e fáceis de perceber como “sujeito” ou “predicado”, que foram usados durante década, para introduzir uns verdadeiramente inexplicáveis e incompreensíveis, de tão absurdos que são. Ninguém a quer, a não ser uns quantos iluminados que se entretêm a contemplar a sua própria sapiência fazendo-o de modo a tornar a vida dos outros o mais difícil que lhe seja possível. Se você, caro leitor, cara leitora, também não a quer, subscreva a petição contra a sua aplicação clicando aqui . Demérito Matos, sábio com eles

Os loucos de Lisboa

“São os loucos de Lisboa Que nos fazem duvidar A terra gira ao contrário E os rios nascem no mar” (João Monge/João Gil) Não sei porquê, lembrei-me desta letra duma canção da Ala dos Namorados quando li no Portugal Diário um comentário à notícia de que o Ministro da Saúde “se sente «orgulhoso» por ter «resistido ao facilitismo e à demagogia» de abrir um inquérito ao socorro a um acidentado em Odemira e por defender esta sua posição no Parlamento, onde quinta-feira foi fortemente criticado”. O comentário tinha o título “são os loucos que nos governam”. Perante tamanha estupidez, só se pode concluir que o homem é louco ou idiota. Devia era sentir vergonha de o sistema de saúde que ele deveria gerir ter permitido a morte dum cidadão por ter demorado a chegar ao hospital o mesmo tempo que demora um voo a chegar ao Brasil. Aliás, hoje deve sentir-se ainda mais orgulhoso porque o sistema de saúde que orgulhosamente dirige deixou morrer mais um cidadão, por acaso no mesmo concelho, 4 horas de

Só num país anormal

...é que se pode considerar normal que um acidentado demore 7 horas a chegar ao hospital que fica a 200 quilómetros. É o mesmo país onde um juiz considerou que uma ponte caiu por causa naturais, como se fosse natural uma ponte cair. Anormais não serão antes estes “decisores” de merda a quem entregámos o poder e que tomam estas decisões “normais”? Kroniketas, sempre kontra as tretas

Gastar à tripa forra ou Se vivesses no Mónaco o hospital era mais perto

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(a laranja, o trajecto escolhido, obviamente mais demorado; a verde, o trajecto alternativo optimizado) Parece que o país está mesmo a crescer! Não é que o governo tinha razão?! É que só assim se explica que uma vítima de acidente tenha demorado 7 horas a chegar de Odemira a Lisboa, tantas foram as peripécias pelo meio! Mas parece que não vai haver inquérito porque o homem já estava condenado à partida, não tinha safa. Mas então por que é que não o abateram logo? Andou a gastar-se dinheiro dos contribuintes porquê? Alguém devia ser responsabilizado por isso, não acham? Enviar debalde um helicóptero, que não fica barato, parece-me uma irresponsabilidade! Enfim, é o país que temos… tuguinho, cínico encartado

O doido

Então o sr. George W. Bush vai enviar mais 20.000 soldados para o Iraque... Uma frase ouvida após o anúncio é que vão e não se sabe quando voltam. Pois, provavelmente muitos não voltarão pelo seu próprio pé... Que o homem é doido já se sabia. Que era tanto é que não! blogoberto, chico-esperto

A “adoração incondicional” a RAP e a “isenção jornalística” de Judite de Sousa

O post anterior mereceu dum/a leitor/a identificado/a como Bundle um comentário que justifica uma resposta cuja extensão não permite que seja publicada na caixa de comentários, pelo que vai em forma de post. Caro/cara bundle, este blog tem o humor que lhe quiserem achar, nós temos algum sentido de humor e gostamos de brincar com coisas sérias, embora às vezes falemos a sério... mas não nos levamos demasiado a sério. Já agora, para sua informação e como parece estar a leste do conteúdo deste blog, a “nossa postura perante a vida” se calhar é semelhante à do Gato Fedorento - achamos que tudo pode ser gozado. Eles fazem-no com acutilância, como os Monty Python faziam, como o Herman José já fez, e até acho que estes conseguem levar mais longe a sátira do que o Herman alguma vez conseguiu, porque não estão preocupados em agradar a nenhum dos poderes instituídos. E isso é que lhes dá todo o valor. Já agora, para sua tranquilidade, fique a saber que na “nossa postura perante a vida” não entr

Mensagem ao provedor do telespectador da RTP

Eis o teor da mensagem que enviei para o provedor do telespectador: «Quero apresentar aqui um protesto pelo modo como a Sra. Judite de Sousa conduz as entrevistas com certos convidados. Para além do desagradável que é ouvi-la adulterar a língua portuguesa com tiques de dicção insuportáveis, a roçar o pedantismo (“como é que descobriu o HUMÔDE?” ou “o que é que diziam os colegas e PROFESSODES?”), sempre que o convidado tem alguma ligação ao Benfica a Sra. parece que perde a cabeça. Há alguns meses entrevistou Luís Filipe Vieira e viu-se a animosidade que a movia em toda a entrevista. Ontem foi Ricardo Araújo Pereira, ao qual, a certa altura, teve a distinta lata de perguntar se no Gato Fedorento não satiriza o Benfica “por causa do seu benfiquismo doentio”. Ora é sabido que essa Sra. é portista, e até escreve no jornal Record nessa condição, portanto só posso concluir que doentio é o seu portismo, que a desclassifica completamente para entrevistar seja quem for que esteja ligado ao Benf

O que os outros disseram (XXVIII)

“Quando é que descobriu o humôde?” “O que é que diziam os colegas e professodes?” (A insuportavelmente pedante Judite de Sousa na “Grande entrevista” com Ricardo Araújo Pereira, RTP1, 11-1-2007) blogoberto, chico-esperto

Ao vivo e em directo

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Esta foi hoje logo de manhãzinha, ao pé da minha casa. Um anormal do volante resolveu entrar no cruzamento fora de mão e foi marrar num autocarro. E foi de tal forma, que à direita do dito carro ficou espaço suficiente para passarem outros carros. Pois, deve ser um daqueles imbecis do volante que acham que a estrada é toda deles. Só que teve azar e deparou com um monstro em sentido contrário... Kroniketas, sempre kontra as tretas

Elefante azul

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Nos patrocínios ao Lisboa-Dakar a TSF está a passar um anúncio ao Elefante azul. Ainda bem que não é ao Elefante branco... blogoberto, chico-esperto

SCTP: Os “decisores” incompetentes

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A bronca gerada no Porto pela mudança nas carreiras de autocarros da STCP é mais um triste exemplo do que é tomar decisões neste país: uns tipos armados em importantes, sentados nos seus gabinetes, a pensar que governam o seu pequeno feudo e que podem pôr e dispor a seu bel-prazer da vida dos outros. O que mais me intrigou nisto foi esta pequena questão: mudar para quê, se foi para pior? Quer dizer, os senhores administradores da STCP (certamente pagos principescamente para tomarem tão acertadas decisões) acharam que reduzindo as carreiras em 21 autocarros, mudando os intervalos de passagem de 10 em 10 para de 20 em 20 minutos e acabando com algumas carreiras directas para obrigar os passageiros a apanhar vários autocarros, estavam a prestar um bom serviço à população!... Resultado: dias de protestos, manifestações espontâneas e ruas cortadas. E depois aparece uma senhora importante da STCP a dizer que se as alterações exigidas forem devidamente justificadas, eles poderão ir pensar no

O aviltamento da língua portuguesa (VIII)

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Ontem à noite estivemos a ver na televisão o “Million dollar baby”, do Clint Eastwood, e ficámos a saber que, segundo Carlos Valentim da Pluridioma , que traduziu e legendou o filme, “LEXÍVIA” escreve-se com “E”! Obrigado, Carlos Valentim. O que seria de nós sem tão preciosa ajuda? E o que é que os fabricantes de LIXÍVIA têm andado a fazer todos estes anos, a escrever mal nos rótulos? Demérito Matos, sábio com eles

Donos de cães, esses animais

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Acho que vou comprar uma carabina de pressão de ar, daquelas que disparam chumbinhos - já vos explico porquê. Um dos grandes segredos do mundo tuga urbano é como é possível existirem tantos canídeos de "estimação" por metro quadrado de apartamento! É claro que os bichinhos têm de comer - além de largarem pêlo por tudo quanto é canto e de ferrarem os dentes nos incautos - e, consequentemente, de evacuar. E é aí que os problemas particulares de uns começam a ser também de outros que nada deviam ter com o problema... Todos nós, pobres transeuntes, sofremos na pele (irra, tanto também não, é mais nas solas!) por causa dos magníficos presentes (ou deverei dizer prendas, Kroniketas?) deixados pelos bichinhos e seus donos na via pública. Depois há os outros, que têm vergonha de ver os tais presentes dos seus cães na alvura (bem, mais ou menos...) do calcário dos passeios e os levam para qualquer canteiro relvado, de preferência um em que também brinquem crianças e tenha um sinal de

Agenda da Elsa Raposo

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Continuando no tema “devoradora de homens”, apresentamos a agenda diária de Elsa Raposo, com a devida vénia ao “Inimigo Público”, onde foi originalmente publicada. Valter Rego, observador desassombrado

A nova tatuagem de Elsa Raposo

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Depois de várias mudanças forçadas de tatuagem devido ao corrupio de amantes adquiridos ao longo de várias semanas, a devoradora de homens adoptou agora uma estratégia de marketing. Os eventuais candidatos só têm de ligar para a linha directa. Valter Rego, observador desassmobrado

O aviltamento da língua portuguesa (VII)

Começamos o novo ano com mais duas pérolas retiradas da nossa querida televisão. Num noticiário da RTP N, a locutora disse que “Luís Figo viu abortada a sua ida para a Arábia Saudita pois o Inter de Milão assegura a prolongação do seu contrato”! Ora prolongar dá origem a um... prolongamento! Já esta noite, numa novela qualquer, uma protagonista saiu-se com esta: “Desculpa, Daniel, mas aí discordo contigo”. Pois. Ou se concorda com alguém, ou se discorda de alguém. Quando não se está de acordo COM, discorda-se DE. Demérito Matos, sábio com eles

Um balanço trágico? E qual é a novidade?

Depois das operações de Natal de Ano Novo da Brigada de trânsito da GNR, ouvimos sempre a mesma coisa: um balanço trágico, 20 mortos em 2 ou 3 dias, carros espatifados. Depois, vamos para a estrada e o que vemos? Que os imbecis do volante continuam sempre a ser imbecis. Quando sou ultrapassado por Audi’s e BMW’s em curvas com traço contínuo, quando vejo um VW Polo cheio de gente no IC19 ultrapassar-me pela direita para logo atravessar toda a estrada para continuar o rally na faixa da esquerda, que conclusões é que posso tirar? Que os imbecis não têm emenda, e de nada servem os balanços trágicos que se fazem em todas as quadras festivas. Só é pena que quando vão marrar noutros acabem por levar com eles alguém que não tem culpa nenhuma. Kroniketas, sempre kontra as tretas

Ressuscitar sempre!

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O ser humano gosta de rotinas. Sentimo-nos sempre mais confortáveis quando o horizonte próximo é composto por coisas que já conhecemos e que sabemos terem grande probabilidade de acontecerem como prevemos. Quando algo sai dos eixos sentimos pelo menos desconforto e até alguma desorientação momentânea, até que os nossos “giroscópios” biológicos nos coloquem outra vez na rota certa e a mudança tenha sido absorvida e tornada rotina. Mas há um perigo nisto! A verdade é que vamos cristalizando nesse “rame-rame” e acabamos estáticos e sem chama, velhos por dentro. E como podemos evitar esta mumificação? A resposta está em reinventarmo-nos, sair por vezes do território conhecido, abrir os olhos ao mundo, ressuscitar ciclicamente sem morte anterior – transformar a múmia num casulo de onde saiamos renovados. Não quer isto dizer que nos devemos transformar em esponjas absorventes de modas e tiques, do que é in em determinado momento, só para parecermos modernos e actualizados. Devemos ter os olh

Justiça ou barbárie?

O ano terminou com a notícia da morte por enforcamento de Saddam Hussein. A generalidade dos governos europeus condenou este acto, enquanto o inefável George W. Bush a saudou. O que ficou por explicar, quer por ele quer pelos executores, foi o que é que esta morte veio resolver, em que é que a questão do médio oriente beneficia com esta execução, ou qual é o seu contributo para a pacificação do Iraque. Também não foi explicado se esta execução compensa os milhares que já morreram nesta guerra estúpida que é o resultado duma invasão estúpida patrocinada por um presidente estúpido. É que as mortes vão continuar a suceder-se, com Saddam vivo ou morto. O que é mais indigno, para além de assistirmos a uma execução por enforcamento no século XXI, tal e qual como se fazia no “far west” no século XIX, é que um facínora como Pinochet tenha escapado a todos os julgamentos e a todas as condenações através de subterfúgios jurídicos e tenha acabado por morrer assistido num hospital onde ainda o ten