Espumar de raiva

Não pensava escrever este post, mas os comentários que tenho para fazer são demasiado extensos para serem escritos numa caixa de comentários. Manifesta-se o Pólis&etc. “pasmado” com o post aqui colocado mais abaixo, porque uma “minoria” de pessoas me tirou do sério e deu origem a um post que, ao contrário do esperado, não era de euforia (correcção: a euforia está estampada no outro mais abaixo).
Se o Polis tivesse lido ou ouvido o que as Krónikas Tugas leram e ouviram ficava esclarecido. Se quiser cedemos-lhe a gravação, pode ser que então perceba como se pode quase desesperar com aquilo que se ouve, quando aquilo que se ouve atinge as raias do insuportável. Foi por esse motivo que alguém que o Pólis&etc. bem conhece se afastou dum determinado programa há um mês. Porque as manifestações de ódio e anti-benfiquismo primário são de tal forma assanhadas que a única forma de não perder a compostura é não dizer nada. Não é possível manter a calma e uma postura correcta quando vemos o nosso clube e os seus adeptos serem diariamente bombardeados com insultos, ofensas e mentiras, ditas descarada e despudoradamente por que não tem qualquer tipo de escrúpulos e não se coíbe de mentir para ter razão, com um único intuito: arrasar por todos os meios um clube chamado Sport Lisboa e Benfica. E para que certas coisas não sejam ditas nas ondas de rádio, é preferível usar um espaço como este para soltar alguns desabafos.
Não vou transportar para aqui as aleivosias que são vertidas noutro espaço, até porque o objectivo deste blog é ser um local de opinião e não um forum de discussão futebolística. Mas se o Pólis&etc. não acredita naquilo que aqui está escrito, ou se acha que estamos a sonhar ou a imaginar coisas, as Krónikas Tugas desde já se disponibilizam para esclarecer pessoal e verbalmente o Polis acerca da origem da “raiva que emana deste poste”.
Acerca dos elogios ao Benfica que o Polis esperava, já os coloquei várias vezes noutras ocasiões, o que aliás mereceu sempre do Polis um comentário sarcástico a lembrar-nos da nossa “mania das grandezas”, que aliás agora reitera com a alusão à “nostalgia megalómana”, tal como fala do “fidalgo arruinado” (se for necessário também podemos recuperar esses comentários). O que não deixa de ser irónico, quando é o clube afecto do Polis que parece estar em situação de desespero para evitar a falência, colocando os seus sócios entre a espada e a parede para aprovarem a venda de património, solução que é apresentada como única tábua de salvação, coisa que os seus fidalgos, condes e netos de viscondes pelos vistos não conseguiram evitar (pois não é este o clube de elite e da fidalguia, dos bem nascidos?). O fidalgo arruinado não será, então, o do outro lado da 2ª circular? É que nós, cá deste lado, somos o clube do povo.
Quanto às “glórias passadas” de que fala o Polis (estará certamente a referir-se às duas Taças dos Campeões Europeus ganhas na década de 60, a que se seguiram outras 3 finais perdidas e mais 2 na década de 80, para além de 4 tri-campeonatos ganhos entre 1963 e 1977), elas são de facto um património inestimável da história deste clube, e estou certo que o Polis não desdenharia que o seu clube tivesse tais “glórias passadas” no seu historial, mas infelizmente não as conseguiu. Mas já agora podemos falar de glórias não tão passadas, e lembrar aqui que em 2004 e 2005 o Benfica ganhou 1 Campeonato, 1 Taça e 1 Supertaça, coisa que o Polis também considerou um empanturramento mas que certamente gostaria de ter conquistado. Pode-se ainda acrescentar que o Benfica, além do futebol de 11, é também campeão nacional de futsal e voleibol, modalidades onde aliás fez a famosa “dobradinha” (Campeonato e Taça). No futsal, aliás, o clube que vive das “glórias passadas” ganhou 2 Campeonatos, 2 Taças e 1 Supertaça em 2003 e 2005. No voleibol, entretanto, já conquistou a Taça de Portugal desta época e está apurado para as meias-finais do “play-off”. Para glórias passadas não está mal. Mas a glória de eliminar o campeão europeu é apenas de anteontem, e foi o Benfica a primeira equipa portuguesa a consegui-lo (e sem sofrer qualquer golo), tal como foi a primeira a ganhar no estádio de Anfield Road.
Para além disso, o Benfica construiu um novo estádio com capacidade para 65.000 pessoas (maior que os dos seus rivais), construiu 2 piscinas e 2 pavilhões e conseguiu reabilitar as modalidades de alta competição, de que a prova são os recentes sucessos no voleibol e no futsal. E, depois de muitos avanços e recuos, está finalmente à beira de inaugurar o centro de estágio, isto depois de ter passado por lá um presidente que não só não construiu nada como vendeu ao desbarato tudo o que pôde e hipotecou o antigo estádio. Apesar de já nos terem feito vários funerais e de se terem vangloriado de nos terem posto a pedir, resistimos a tudo e conseguimos regressar às grandes noites europeias que eram habituais no tempo das “glórias passadas”.
Quanto à “coligação”, ela manifesta-se nos pormenores e nos “pormaiores”. Desde votos mútuos de vitórias no campeonato, até desejos comuns de que o “inimigo” perca por 7, já sem falar no célebre pacto celebrado num conselho leonino e denunciado por João Rocha (que por sinal muitos consideram o melhor presidente de sempre do Sporting). Será ele simpatizante do Benfica ou lampião infiltrado em Alvalade para dizer estas enormidades? Será que também só existiu na cabeça dele? Só falta mesmo fundarem o Sporting Clube do Porto. É uma minoria? São aqueles que se manifestam e emitem opinião, portanto só podem ser esses a servir de bitola acerca do sentimento dominante.
Para finalizar, pretender aproximar as Krónikas Tugas daqueles que critica é uma falácia. Porque o que foi escrito foi um desabafo, para não o manifestar doutra forma, e porque a extraordinária vitória conseguida soube também a vingança sobre todos aqueles (sejam “dezenas” ou não) que nos desejam tudo de mau. Nunca as Krónikas Tugas exprimiram, objectiva ou dissimuladamente, qualquer desejo de fracasso para os nossos adversários, muito menos que fossem goleados por 7, e ainda menos que eram esses os nossos momentos de maior felicidade. Mas aqueles que o fazem, aqueles que mentem, aqueles que insultam, achincalham e acusam sem provas, apenas revelam sentimentos de um ódio cego que merece todo o repúdio. O post que deixou o Polis pasmado é contra esses. A esses desejamos-lhes o dobro do que nos desejam a nós. Contra esses sentimo-nos vingados com esta vitória. A carapuça só serve a quem a usar, o que, obviamente, não é o caso do Polis.
Pode-se, no fim de tudo, perguntar: não é isto tudo irracional e exagerado? Sem dúvida que sim. Mas enquadrado no registo em que se discute o futebol, quando nos apelam aos sentimentos tribais, ao ofenderem o meu clube estão a ofender-me a mim (porque sou sócio com lugar cativo e accionista, o clube também sou eu). E mais ainda quando dizem que “o Benfica é um clube de gangsters, de ladrões, de assassinos e de proxenetas” (para que conste, quem o disse foi um sportinguista, que depois de muito criticado por quem foi atingido, mereceu sucessivas manifestações de solidariedade dos membros da “coligação”; mas não se solidarizaram com os ofendidos).

Kroniketas, sempre kontra as tretas

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