A estupidez do SMS

Depois da praga do SMS, temos agora a 2ª parte, que é pior. Esta conta-se em poucas palavras.
Durante a época natalícia, com um casal amigo lá da terra, disse-me a mulher desse casal que a filha mais nova (que é da idade do meu filho mais velho) costumava falar muito com uma amiga, passavam muito tempo ao telefone, iam a casa uma da outra... até que de repente a outra deixou de falar com a filha dela.
Um dia ela (a mãe) cruzou-se a com a amiga da filha e respectiva mãe no supermercado e perguntou-lhes porque é que a miúda nunca mais tinha falado com a filha dela. A resposta veio da outra mãe: a filha dela deixou de falar com a filha da minha amiga porque é a única na turma que não tem telemóvel, e agora já não se usa falar ao telefone, o que está na moda é falar por SMS!!!
Perante esta aberração, a minha primeira reacção foi dizer à filha da minha amiga “deixa lá, uma amiga dessas também não interessa a ninguém”. Mas o mais espantoso é que uma mãe se permita dar uma resposta destas e ainda corroborar o comportamento anormal da filha.
As crianças não têm obrigação de ter valores nem noção dos comportamentos que estão e não estão correctos, mas é por isso que compete aos pais transmitir-lhes essa noção. Se um filho meu (que não tem telemóvel) tivesse uma atitude destas ficava sem o telemóvel no mesmo momento. Isto revela um grau de estupidez e de imbecilidade da parte daquela mãe que até é difícil de classificar. Actualmente estão-se a subverter todos os princípios morais e éticos do comportamento, com as pessoas transformadas em máquinas de consumo desenfreado que dão apenas valor ao exibicionismo material, sem qualquer critério de conduta.
Este exemplo do SMS é o expoente máximo da estupidez a que se chegou. Em vez de se conversar, manda-se SMS para cá e para lá. A fúria com que se vê algumas pessoas a escrever no telemóvel só é comparável àquela com que há 20 ou 30 anos se via algumas mulheres a fazer crochet no autocarro... Onde é que esta gente vai parar? Pensarão que o mundo se resume ao raio do telemóvel?

Kroniketas, sempre kontra as tretas

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