Exemplo de eficácia

Lisboa, 9:20 h da manhã. No cruzamento da Rua Rodrigo da Fonseca com a Rua Braamcamp, bem no coração da cidade, está um Mercedes estacionado junto à esquina e dois polícias de trânsito (DOIS!!) de volta dele para tratar da multazinha da praxe. Estão com aquele ar pachorrento que os caracteriza, olham e folheiam aqueles blocos intermináveis que sempre carregam consigo.
Atravesso a rua e vou tomar o pequeno-almoço do outro lado da Braamcamp. Saio passados 10 minutos e eles ainda lá estão de volta do Mercedes. Os mesmos dois. Sim, porque um não chegava para passar o raio da multa, são precisos dois.
A 100 metros dali, na confluência da Braamcamp com a Alexandre Herculano, o trânsito está parado, o entroncamento entupido, carros parados em cima das riscas amarelas. Os polícias de trânsito, de costas voltadas para o local, não querem nem saber, se calhar nem sabem que o trânsito está assim, e continuam com aquele ar de quem passa o dia a roçar o cu pelas paredes ou a coçar a micose (como se dizia na tropa) de volta do Mercedes.
É assim que se mostra trabalho. É assim que se mostra eficiência. Regular o trânsito nos cruzamentos? Para quê? Isso dá trabalho. Importante é multar os carros que estão mal estacionados. É esta a utilidade da nossa polícia de trânsito. Um bando de inúteis e parasitas.
Nem de propósito, no mesmo dia ficou a saber-se que o governo pretende extinguir a brigada de trânsito e criar uma direcção central para esses assuntos. Com a utilidade que estes parasitas mostram, bem podia ficar sossegado, porque ninguém lhes iria sentir a falta.

Kroniketas, sempre kontra as tretas

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