Krónikas a Banhos (5) – A Artuguite Lusitanóide Incapacitante

O indígena tuga é marcado por certas e determinadas particularidades que lhe configuram o carácter e o comportamento, como se de pragas bíblicas se tratassem. Antes fossem, que tinham solução, nem que fosse por intervenção divina. Mas com estas coisas deus não quer nada e o diabo faz-se de desentendido…
Uma das mais estranhas, misteriosas e inexplicáveis é a que dá pelo nome de artuguite lusitanóide incapacitante, que pode surgir nas mais diversas situações da vida em sociedade dos tugas e para a qual até agora nunca surgiu antídoto nacional.
Um dos últimos casos em que se manifestou, e da forma mais flagrante possível, foi no jogo de futebol Portugal – Iraque para o torneio olímpico. O que se viu durante todo o jogo foram 11 tugas (mais substituições, menos expulsões) completamente tolhidos dos neurónios, logo com amplas dificuldades cognitivas, de locomoção e de organização colectiva. Mais a equipa técnica (que desconfio foi o reservatório do micro-organismo e o foco da epidemia) que se resumia a cofiares de barba mais próprios do Alzheimer do que de alguém com competência para dirigir uma equipa de futebol, só faltaram mesmo aqueles espasmos característicos da doença – que nestas situações faz com que os pacientes tendam a ser agressivos para os senhores de negro. Se a enfermidade não for debelada por alguém que lhes incuta nos cérebros empedernidos que não foram para ali para fazer turismo, que jogar na selecção é uma honra que está para além dos milhões e que ninguém vence antes de ganhar, mesmo (ou sobretudo) ao Iraque (que o digam os americanos), prevejo que neste domingo suceda um novo Alcácer-Quibir. A única coisa que me anima, a acontecer este cenário saltillano, é que, tal como Sebastião se perdeu no olvido, talvez Romão também não volte…
Falando de negro, acodem-me os incêndios à memória – não, não são os deste ano, são os do ano passado! Uma boa manifestação do carácter incapacitante desta maleita é o facto de que, um ano e pouco depois das funestas ocorrências, poucas ajudas sistemáticas e consequentes tenham sido concedidas aos prejudicados pelos fogos… Não são meia dúzia de tijolos e sacos de cimento que refazem vidas e recuperam comunidades, mas esta maldita doença grassa desde sempre entre os nossos governantes (aliás, é endémica…) e tolda-lhes o entendimento. Onde é que estão os programas de recuperação da floresta prometidos, o reordenamento do território ardido, a prevenção necessária? Ah pois foi, fez-se uma comissão! A artuguite tem como consequência típica fazer surgir processos paralelos, em que a criação de comissões se substitui às soluções.
Urge encontrar vacina, processos sanitários ou soluções radicais como o abate da manada (esta solução é especialmente apelativa nos casos do futebol e dos governantes) para debelar a artuguite! Por via das dúvidas e para conter a doença, eu já estou a preparar um pau de marmeleiro bem flexível, que diz a sabedoria popular pode contribuir grandemente para a expulsão do bicho dos corpos contaminados. Vamos ver o que acontece com os marroquinos…

tuguinho, cínico ao sol, ao sul

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