Krónikas a Banhos (2) - O espião que foi para o quente

Não sei se os atentos leitores já esbarraram, num qualquer telejornal de duas longas horas ou nas páginas de um jornal, com a história do espião português no Brasil. Espião industrial, metido numa história com escutas telefónicas a governantes e outras peripécias afins. Foi preso por falar demais.
Portanto, a história começa a ter contornos tugas - o sujeito falou demais, um defeito típico do tuga, em especial do tuga que tem cargo governativo a qualquer nível (do grupo de bairro ao governo do país), com o máximo do delírio nas declarações etílico-políticas do Alberto João.
Por outro lado, foi exercer para uma terra de bom clima, boa bebida, bom futebol e boas mulheres - esta jogada, embora tipicamente tuga pelo cariz oportunista, conta a seu favor; só um idiota chapado iria desempenhar funções de espião para o círculo polar ártico ou para selvas insalubres que nem vêm no mapa.
Vangloriou-se na Internet das suas façanhas - definitivamente tuga, do macho conquistador da treta ao Portas com a sua central de compras, é compulsiva esta necessidade de espalharmos aos quatro ventos o que fizemos. É certo que foi por uma boa causa (engate, puro e simples), mas estragou completamente a pintura e levou a que fosse apanhado ingloriamente pela polícia brasileira, o que denigre ainda mais a reputação do encarcerado.
Analisando bem o caso, eu penso que este senhor será um émulo do Zezé Camarinha que, em vez do tradicional ataque em plena praia, preferiu a divulgação dos seus feitos na Internet como meio de atrair o mulheredo. Podia ter optado por feitos mais simples e quiçá de mais impacto do que escutas telefónicas a senhores barrigudos, mas enfim, está feito, está feito... Tivesse ele observado melhor o já referido Zézé ou o nosso primeiro e ficaria a saber que os melhores métodos são os mais simples.
Bem, vou fazer as malas porque tenho de ir tratar de uns assuntos na secretaria de estado da agricultura, ali na Golegã, e depois ainda vou à junta de freguesia dos Olivais, que foi descentralizada para Freixo de Espada à Cinta, para melhor servir os munícipes (ou, já que é de freguesia, deveria dizer antes fregueses?).

tuguinho, cínico em início de vacanças (e altamente motivado para a preguiça total)

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