Em nome do politicamente correcto

Os artigos do Polis e o seu comentário ao nosso post anterior são o espelho duma praga que nos invadiu nos últimos tempos: a obsessão do politicamente correcto. Para sermos politicamente correctos temos de ser tolerantes com todas as aberrações que nos passam em frente aos olhos e não se pode dizer nada porque, coitadinhos, os outros são uns incompreendidos.
Ora nós, nas Krónikas Tugas, não somos politicamente correctos nem queremos ser, por isso não abdicamos das nossas mais profundas convicções nem do nosso direito à crítica e à indignação contra aquilo que consideramos aberrante, mesmo que isso vá contra o “establishment” e os arautos do politicamente correcto. Porque a verdade é que o politicamente correcto nos pode conduzir a um beco sem saída quando queremos fechar os olhos aos problemas e, em nome duma tolerância injustificada, não os atacamos de frente.
Em nome da tolerância, há 70 anos, deixou-se Hitler e os seus sequazes anexarem a Áustria, uma parte da Checoslováquia e uma parte da Polónia por acharem que uma parte da Prússia Ocidental lhes pertencia; deixou-se perseguirem e encurralarem os judeus, no que já era o prenúncio do que estava para vir; deixou-se Hitler dividir a Polónia com Estaline. Ninguém fez nada contra isto.
Em nome da tolerância, ignorou-se o que se passava nos campos de extermínio como Auschwitz, porque não se acreditou que se pudesse lá passar aquilo que efectivamente se passava, e preferiu-se deixar os nazis continuarem a gasear e cremar os judeus em vez de, simplesmente, bombardear os campos, com medo dos danos colaterais. Se calhar eram mortes mais honrosas do que no “duche”.
Em nome da tolerância, se calhar, não se devia ter salvo uma menina de 3 anos duma mutilação genital mais do que certa, porque no seu país de origem isso é tradição, em nome duma estúpida crença religiosa, como não podia deixar de ser. Se calhar, em nome da tolerância devíamos permitir que tais actos fossem praticados cá dentro de portas.
Em nome da tolerância temos de ser bombardeados constantemente com os “direitos das minorias”, como se o facto de serem minorias lhes concedesse um estatuto especial que nos obriga a aceitar todas as anormalidades e patifarias que cometam na sociedade.
Em nome da tolerância e do politicamente correcto não se pode dizer que os marginais que fizeram o arrastão em Carcavelos, assim como os bandos que assaltam os comboios na linha de Sintra e de Cascais, eram negros, como se alguém tivesse culpa das comunidades negras estarem cheias de marginais que querem continuar a ser marginais. E isto vale tanto para os negros como para os russos, ucranianos ou romenos.
Em nome da tolerância temos de ser compreensivos para com um anormal que atirou um rapaz para debaixo dum comboio na estação de Oeiras porque, coitadinho, tem perturbações mentais porque um condutor não parou na passadeira e ele tomou a seu cargo o papel de vingador.
Em nome da tolerância e do politicamente correcto temos de aturar toda a série de exibicionismos aberrantes do lobby gay e considerar que é tudo normal e faz tudo parte do direito à diferença, e anda o país todo durante três dias a discutir se duas lésbicas devem ou não poder casar, quando a Constituição não o permite, como explicou claramente o Prof. Jorge Miranda.
E, por fim, em nome da tolerância temos de aceitar que uma turba ululante, como uma manada em fúria, destrua e incendeie embaixadas, queime bandeiras e, supremo êxtase, mate pessoas. Um padre católico foi morto na Turquia, depois de celebrar missa, por um fanático que gritou “Alá é grande” antes de disparar.
Não, eu estou farto de ter que tolerar esta gente que só quer impor aos outros as suas regras e os seus códigos pré-históricos; que trata as mulheres como seres de segunda, sem direitos e sem vida própria e condenadas à ignorância; que em nome dum deus qualquer atira aviões contra edifícios, põe bombas em todo o lado e não se importa de matar seja quem for que estiver ao alcance, numa demonstração de total falta de respeito pela vida humana sob qualquer ponto de vista. É em nome da tolerância e da compreensão pelo outro que temos de aturar isto? Em nome disto temos de permitir que quem vem para a Europa vá para a escola com a cara tapada?
Eu não estou disposto a aceitar nem a compreender os hábitos e as crenças de quem não quer compreender os outros, porque os seus códigos de conduta não têm nada a ver com os meus. E não tenho que os aceitar na minha sociedade, onde não se tem de fazer jejum durante o dia por causa da religião, onde não é proibido comer porco nem vaca por causa da religião, onde não se tem de rezar todos os dias virado para Meca, onde não se incendeiam edifícios por causa da caricatura dum profeta cuja cara, pelos vistos, nem sequer conhecem.
Poderão dizer-me que são os meus critérios, de europeu e ocidental. Com certeza que sim e até me provarem o contrário não existem nenhuns melhores. Por alguma coisa se fez a Declaração Universal dos Direitos do Homem (que certamente não vale para os islâmicos), e mesmo nos 10 mandamentos do Deus católico há um que manda não matar. Comparado com este, o critério duma religião que manda fazer-se explodir para eliminar os infiéis porque terá o céu como recompensa, não passa duma coisa aberrante sem explicação possível.
Por isso não me venham dizer que temos de compreender aquilo que não tem compreensão possível. Há coisas que são inconciliáveis e não se podem misturar, como a água e o azeite. E quanto àqueles que vêm para cá, só têm que viver segundo as nossas regras, porque quem vai para lá também tem que viver segundo as regras deles (se não o fizer o pior que lhe pode acontecer é ser morto). Há um ditado que diz “em Roma sê romano”. Não somos nós que temos de os aceitar cá como eles são, eles é que têm de aceitar o local para onde vão, e como diz outro ditado “quem está mal muda-se”. Se querem viver na Europa comportem-se como os europeus. Já poderem construir mesquitas é um grande favor que lhes fazemos.
Este choque de sociedades não se resolve com mensagens de paz nem patéticos pedidos de desculpa, que não têm qualquer razão de ser. Eles não compreendem essa linguagem, só conhecem a linguagem da bomba. E o fogo combate-se pelo fogo. Eu, como não sou católico nem cristão, não gosto de dar a outra face. Este é mais um caso em que deveria ser olho por olho e dente por dente.

Kroniketas, europeu convicto

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