Embaixaria!
A tragédia que sucedeu no Sudeste Asiático já era má demais, não precisávamos das habituais tuguices para a tornar pior.
Ao que parece, o embaixador de Portugal na Tailândia achou melhor controlar as operações de apoio aos portugueses vítimas do maremoto a partir do torrão natal, certamente ciente de que as modernas comunicações tornam o longínquo em próximo. É que se calhar nem tinha comprado ainda todas as prendas, assoberbado que devia estar com o trabalho árduo de embaixador. O problema é que nem tudo pode ser substituído pelo virtual e a presença, nem que seja apenas institucional, é imprescindível. E foi isso que o Pimentel não percebeu!
Não percebeu que ser embaixador é representar o estado português não apenas nos cocktails e recepções, mas também nas situações de crise, quando os representados dele precisam. Não percebeu que, por muito importantes que fossem as reuniões que tinha cá, devia ter largado tudo e partido imediatamente para a Tailândia. Não percebeu que, apesar de o trabalho de campo ser feito por outros, a responsabilidade era sua. Não percebeu porque, como tantos que por aí pululam, é mais um parasita alapado às tetas do estado que, no fim de contas, somos nós!
E depois vai à rádio e diz alarvidades e dislates que são desmentidos pelo ministro que, por sua vez, tenta defender o indefensável. É muito triste que o apoio a um casal português tenha sido disponibilizado pela cozinheira da embaixada, não por ser ela, que só merece louvores pela sua actuação, mas porque deveriam ter sido outros a prestar essa ajuda! Como é possível, depois de uma catástrofe destas, a embaixada ter mantido o horário de expediente – das 9 às 14 – e assobiado para o lado? Se não fosse patético, dada a situação, seria de uma mesquinhez a bradar aos céus – provavelmente as horas extraordinárias não seriam pagas… Uma autêntica “embaixaria”.
Toda esta actuação é típica da mentalidade de merda instalada em muitos dos funcionários públicos, que nos mantém atados a uma âncora de incompetência que nos impede de progredir. É a mentalidade do deixa andar, do quem vier depois que feche a porta, do isso não é comigo nem está no contrato colectivo, do deixa-me aqui estar sem fazer ondas até chegar a reformazita. E esta mentalidade é da família da outra, difundida por todo o país, do sacaneanço, do chico-espertismo, da mediocridade premiada, do amigalhismo, do desrespeito pelos outros, do deixa cá comprar mais um Ferrari e o subsídio de Natal dos parolos que se lixe! Parafraseando o Kroniketas, puta que os pariu!
O que desejo para o novo ano de 2005 é que uma gigantesca onda de estrume líquido os leve bem para o largo e os afogue sem apelo nem agravo. Talvez assim consigamos chegar a algum lado.
Voltando à tragédia, não se esqueça de contribuir com o que puder para ajudar a minorá-la. Porque há ondas que nos atingem a todos.
E que este novo ano de 2005 seja melhor do que aquele que agora termina.
tuguinho, cínico solidário
Ao que parece, o embaixador de Portugal na Tailândia achou melhor controlar as operações de apoio aos portugueses vítimas do maremoto a partir do torrão natal, certamente ciente de que as modernas comunicações tornam o longínquo em próximo. É que se calhar nem tinha comprado ainda todas as prendas, assoberbado que devia estar com o trabalho árduo de embaixador. O problema é que nem tudo pode ser substituído pelo virtual e a presença, nem que seja apenas institucional, é imprescindível. E foi isso que o Pimentel não percebeu!
Não percebeu que ser embaixador é representar o estado português não apenas nos cocktails e recepções, mas também nas situações de crise, quando os representados dele precisam. Não percebeu que, por muito importantes que fossem as reuniões que tinha cá, devia ter largado tudo e partido imediatamente para a Tailândia. Não percebeu que, apesar de o trabalho de campo ser feito por outros, a responsabilidade era sua. Não percebeu porque, como tantos que por aí pululam, é mais um parasita alapado às tetas do estado que, no fim de contas, somos nós!
E depois vai à rádio e diz alarvidades e dislates que são desmentidos pelo ministro que, por sua vez, tenta defender o indefensável. É muito triste que o apoio a um casal português tenha sido disponibilizado pela cozinheira da embaixada, não por ser ela, que só merece louvores pela sua actuação, mas porque deveriam ter sido outros a prestar essa ajuda! Como é possível, depois de uma catástrofe destas, a embaixada ter mantido o horário de expediente – das 9 às 14 – e assobiado para o lado? Se não fosse patético, dada a situação, seria de uma mesquinhez a bradar aos céus – provavelmente as horas extraordinárias não seriam pagas… Uma autêntica “embaixaria”.
Toda esta actuação é típica da mentalidade de merda instalada em muitos dos funcionários públicos, que nos mantém atados a uma âncora de incompetência que nos impede de progredir. É a mentalidade do deixa andar, do quem vier depois que feche a porta, do isso não é comigo nem está no contrato colectivo, do deixa-me aqui estar sem fazer ondas até chegar a reformazita. E esta mentalidade é da família da outra, difundida por todo o país, do sacaneanço, do chico-espertismo, da mediocridade premiada, do amigalhismo, do desrespeito pelos outros, do deixa cá comprar mais um Ferrari e o subsídio de Natal dos parolos que se lixe! Parafraseando o Kroniketas, puta que os pariu!
O que desejo para o novo ano de 2005 é que uma gigantesca onda de estrume líquido os leve bem para o largo e os afogue sem apelo nem agravo. Talvez assim consigamos chegar a algum lado.
Voltando à tragédia, não se esqueça de contribuir com o que puder para ajudar a minorá-la. Porque há ondas que nos atingem a todos.
E que este novo ano de 2005 seja melhor do que aquele que agora termina.
tuguinho, cínico solidário
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