O engenheiro (ou licenciado em engenharia) José Sócrates

Todo este processo à volta da licenciatura de José Sócrates me tem parecido sempre eivado duma grande dose de ridículo, gastando-se rios de tinta por aquilo que me parece ser mais um pseudo-caso do que propriamente um caso. A entrevista de ontem à noite na RTP veio confirmar a impressão que eu já tinha acerca desta história.
Por volta das 21 horas abdiquei dos jogos da Liga dos Campeões para ouvir a entrevista e ver onde é que aquilo iria parar. No final fiquei com a sensação de que a montanha pariu um rato. Não é que, afinal, o homem apresentou todos os certificados que foram postos em causa?
O próprio conteúdo das perguntas dos entrevistadores se revestiu, em muitos casos, dum ridículo atroz, centrando-se em questões caricatas como a data em que o certificado foi passado, o mês em que foram lançadas as notas ou até, pasme-se!, na forma como ele assinou uma carta, terminando com a expressão “seu”. Se tivesse escrito “de V. Exa.”, o que vem dar no mesmo, se calhar já não fazia mal. Para cúmulo do ridículo, até se chegou ao ponto de questionar se o homem tinha estado isento do pagamento de propinas. E não é que ele tinha os recibos dos pagamentos??? Imaginem se não os tivesse guardado todos estes anos: seria uma prova de que tinha estado isento?
No final disto, mudei para a Sic Notícias para ouvir a “Quadratura do círculo”. Para meu grande espanto, ouvi Pacheco Pereira dizer que nada tinha sido esclarecido. Sinceramente, não sei o que é que querem mais. Que o homem mostre os testes que fez para provar que teve aproveitamento?
Não há paciência para tamanha ridicularia.

Kroniketas, sempre kontra as tretas

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