Mais sorte do que mérito

Jesualdo Ferreira tinha pedido toda a sorte do mundo para a sua equipa e para a equipa de arbitragem. E teve-a. Ganhou o Porto-Benfica com mais sorte do que mérito. Nos últimos três jogos, o Porto marcou 3 golos de ressalto, 2 com brindes da defesa, 1 em fora-de-jogo, um num rasgo individual do Quaresma e só um numa jogada construída colectivamente.
Nos jogos com Benfica e Sporting, 3 dos 4 golos do Porto surgiram de ressaltos da bola. Ontem, o primeiro e o terceiro golos do Porto foram autênticos bambúrrios, obtidos sem que nada o justificasse. Ainda por cima, o Porto acabou o jogo encostado às cordas e só aquela pontinha de sorte que, nestas ocasiões, tem estado sempre do outro lado, impediu que o Benfica atirasse o adversário ao tapete. Após os golos do Benfica, que viraram o resultado de 2-0 para 2-2, o Dragão silenciou e o ar de pânico que se via nas bancadas demonstra que se alguma equipa estava à beira do KO era o Porto. E acabou por ganhar sem saber ler nem escrever. Entretanto, as declarações de Jesualdo no final do jogo mostram que já sofreu a habitual lavagem ao cérebro, que o fez ver um jogo diferente do que existiu. Já está contaminado pelo vírus, já manda tacadas ao Benfica, onde trabalhou várias vezes, e um dia destes vai dizer que é portista desde pequenino e entrar no discurso do regionalismo bacoco. Esperava melhor dele, pensei que era mais resistente.
Ao mesmo tempo, não compreendo as mudanças efectuadas na equipa por Fernando Santos. A entrada de Paulo Jorge em vez de Nuno Assis deixou um deserto no meio-campo, que deu a primeira parte ao Porto. As entradas em campo de Mantorras e Nuno Assis mudaram a feição da equipa e a feição do próprio jogo, porque até lá o meio-campo não defendia e não tinha quem levasse a bola para a frente. Assim demos dois golos de avanço, mas a segunda parte mostrou que, jogando assim desde o princípio, o Benfica podia ter saído tranquilamente do Dragão com a vitória no bolso.

Kroniketas, sempre kontra as tretas

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