Admirável mundo digital



Rendi-me. Confesso que quando o CD apareceu larguei o vinil sem remorsos – o CD tinha todas as vantagens, excepto uma: perdiam-se as magníficas capas de LP, impossíveis de reproduzir na reduzida área que a caixa do CD proporciona.
O aparecimento da música em formato digital não me seduziu de forma tão rápida – a desmaterialização completa do suporte deixava-me desconfortável. E ainda deixa. Quem não gosta – apesar dos problemas de espaço – de admirar as lombadas da sua colecção e percorrê-las enquanto escolhe o que quer ouvir? Não ter nada para o que olhar torna as coisas estranhas.
Há duas semanas atrás acabei por comprar um aparelho de reprodução digital, daqueles de bolso, com capacidade de 5GB. E foi aqui que as coisas ficaram menos estranhas: embora já tivesse música dos meus CDs em formato digital no PC, só a podia ouvir ligando a máquina – com este aparelhómetro tenho sempre à mão centenas de canções acessíveis com 2 ou 3 toques nos botões. Com a vantagem de que tenho informação sobre os nomes dos temas, coisa que não me é proporcionada por um leitor de CDs normal.
Há duas semanas que ouço muito mais música. E nem incomodo os vizinhos.
Rendi-me.

tuguinho, cínico digital

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