O estrebuchar histérico dos fumadores

Eu não perco um artigo do Miguel Sousa Tavares desde há muitos anos, no Público, no Expresso e na Bola, assim como não perco as suas opiniões às 3ªs na TVI. Mas a sua insistência na lei do tabaco, nos artigos que escreve no Expresso, já começa a cansar. Ao contrário do que afirma na edição do último sábado, os fumadores perderam a batalha e perderam-na em toda a linha. Ao contrário do que se apregoa por aí, os restaurantes, bares e cafés continuam cheios, os centros comerciais idem. Ainda na passada semana estive em Portalegre em 3 bares diferentes e o único que era de não fumadores estava tão cheio que não se podia lá entrar, havendo mais do dobro das pessoas na rua, enquanto os dois de fumadores estavam menos de meios. E a diferença do que se respira agora é abismal: finalmente pode-se entrar em qualquer sítio sem ficar a tresandar a tabaco em dois minutos.
Também as reacções quase histéricas nos debates da rádio e da televisão (onde uma professora fez uma triste e lamentável figura, cobrindo-se de ridículo) têm deixado clara a fraqueza dos argumentos dos fumadores inveterados e empedernidos, que apenas reclamam o seu direito continuado a poluir os seus pulmões e incomodar o próximo. A sua fúria pseudo-libertária resume-se sempre a um “eu hei-de fumar enquanto quiser e vou fumar até morrer e ninguém me pode obrigar a ser saudável”, porque não conseguem ir mais longe, tão fraca é a argumentação. Para além da própria imbecilidade do acto em si, maior estupidez é defender furiosamente a vontade de fumar “até à morte”. Claro que o direito dos não fumadores a não fumarem o fumo alheio continua a passar-lhes completamente ao lado, pois é um assunto para o qual se estão completamente nas tintas.
Pois é, só que agora vão fazê-lo sem incomodar o próximo, porque quem não é fumador tem muito mais direito a não levar com o fumo alheio, e isso é que eles nunca conseguirão entender.
Desistam, porque não há volta para trás. Esta lei só peca por tardia. E já agora, um conselho: aproveitem para deixar de fumar.

Kroniketas, sempre kontra as tretas

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