À boa maneira portuguesa, Carmona Rodrigues roeu a corda a Marques Mendes, deixando o líder do PSD numa situação embaraçosa quando estava convencido que o Presidente da Câmara de Lisboa ia abandonar o cargo pelo seu próprio pé. Ao afirmar que não estava agarrado ao poder, foi precisamente essa a imagem que deixou ao país. Aliás, é sempre essa a imagem que os políticos deixam passar para a opinião pública: a de que se agarram, que nem lapas, ao “tacho” e só saem se forem empurrados. Para completar o ramalhete da pouca-vergonha e deitar por terra o pouco de credibilidade que lhe restava, desatou a fazer nomeações oportunistas antes de se ir embora, arranjando uns “tachos” de última hora aos amigalhaços. Assim é que é. O facto de Carmona só ter caído após as renúncias dos vereadores da oposição deixa em aberto uma questão, para mim incompreensível: então o Presidente da República pode demitir o Primeiro-ministro, pode dissolver a Assembleia da República, se verificar que não está assegura...