O Impulso Estético (2) - A página em branco

Hoje não me apetece fazer nenhum post. Estou sem inspiração, que se lixe o blog! De qualquer modo, se calhar ninguém o lê! Fazíamos melhor em enveredar pela política ou sermos dirigentes de um clube de futebol, qualquer coisa assim com status e que desse dinheiro para gastarmos em coisas estúpidas e sem propósito… Agora estar aqui no meio de uma cambada de maluquinhos que se andam a ler uns aos outros não faz sentido, não é natural. E se postasse um poema? Não sei, isso levaria a outros dilemas – com rima ou sem rima, épico ou não, talvez pós-moderno… E se fosse um só com palavras? Assim

Deixaste que a mão baixasse
e paraste.
que sopro já débil ainda te suporta
te leva em braços neste mundo
se o fim é já além?
Valerá a pena a desilusão
a inútil conclusão
que não és nada?
e que lá por deus teres inventado
não modificaste o fado de estares
amortalhado em carne?
Sinto o olhar desviado os lábios
cerrados com força e a vida
,insossa, a esconder-se debaixo da cama.

Mas adiante, que a noite vai longa e a inspiração ainda não apareceu. Não me apetece falar de política e ainda estou de luto pelo meu Benfica… Talvez um diálogo

- Estás a dormir?
- Não.
- Porquê?
- Porque me acordaste…¬
- Não me estás a dizer a verdade!
- Ora essa! Claro que estou!
- Não estás não!
- Já me começas a irritar!
- Se te acordei com a minha pergunta…
- Claro que acordaste!
- …era aí que eu queria chegar!
- Tou a ficar farto desta merda de conversa!
- Se te acordei com a pergunta, era porque estavas a dormir quando a iniciei, por isso devias ter dito que estavas a dormir! O que é que estás a fazer?
- Estou a levantar-me.
- Mas porquê?
- E agora estou a vestir-me.
- Tu não te atrevas a sair! Que expressão é essa?
- Eu nunca devia ter arranjado uma amante fã do Ingmar Bergman!

Não, hoje não dá mesmo… Acho que vou dormir e amanhã talvez tenha assunto.
Assim como assim, ninguém nos lê.

tuguinho, cínico encartado

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