A revolta do Benfica... demasiado tarde...



Facto 1: a equipa do Benfica não é uma equipa e não joga um caracol desde há quase cinco anos - com Rui Vitória, com Bruno Lage (excepção feita a meia época), com Jorge Jesus (um pesadelo de ano e meio) e com Nélson Veríssimo.

Facto 2: temos um treinador que não parece ter unhas para aquilo e um presidente que ainda não se percebeu se sabe o que está lá a fazer.

Facto 3: nos últimos 5 jogos em casa só ganhámos dois (Santa Clara e V. Guimarães). Empatámos com Moreirense e Vizela e perdemos com Gil Vicente. Quem não consegue ganhar no seu próprio estádio a equipas destas (com todo o respeito que merecem enquanto adversários do mesmo campeonato, mas que não podem ser colocados no mesmo patamar competitivo), não pode ser candidato a coisa nenhuma.

Facto 4: em todos estes jogos não ganhos em casa, o resultado final teve um contributo decisivo de decisões arbitrais inconcebíveis, sempre em nosso prejuízo, enquanto noutros jogos decisões similares foram tomadas em benefício de outros.

Recordando:

1 - Benfica-Moreirense (1-1).
Golo do Moreirense (autogolo de Gilberto) precedido de fora-de-jogo do avançado do Moreirense que saltou à bola mesmo à frente de Otamendi. Querer justificar, por razões mirabolantes, que um avançado que salta à bola não tem interferência na jogada e não influencia a acção do defesa que está atrás dele, é querer fazer de todos nós cegos ou atrasados mentais.
Basta ver o que acontecer na final da Taça da Liga Inglesa com o golo anulado ao Liverpool: livre da direita cruzado para a grande área do Chelsea, Sadio Mane, do lado oposto, cabeceia de volta para o centro da grande área e Fabinho marca de cabeça.
O golo foi anulado, porque foi considerado que Van Dijk (que nem se fez à bola) estava em posição de offside e nessa posição impediu um defesa do Chelsea de se fazer à bola, portanto teve interferência na jogada. Quando a bola, afinal, nem passou lá perto e era impossível de alcançar. Mas em Portugal, o avançado do Moreirense que não cabeceou a bola por um cabelo não interferiu na acção do Otamendi. Estão a brincar connosco.

2 - Benfica-Gil Vicente (1-2).
Golo de Otamendi aos 6 minutos na sequência dum canto, com o resultado ainda em 0-0. Artur Soares Dias apita antes, sequer, do remate de Otamendi em frente ao primeiro poste por, alegadamente, Vertonghen ter feito falta sobre um jogador do Gil Vicente noutro ponto da grande área, para onde a bola nem sequer se dirigia e nem sequer lá chegaria. Interferência na jogada: ZERO!
Mas Artur Soares Dias tratou logo de interromper o lance, inviabilizando qualquer hipótese de intervenção do VAR.

3 - Benfica-Vizela (1-1).
Esta mão é de tal forma evidente e tão impossível de descortinar pelo VAR, que nem sequer merece mais comentários.

4 - Estoril-FC Porto (2-3).
Com o resultado em 2-1, o Estoril faz o 3º golo por Rui Fonte na sequência dum canto, e tal como no Benfica-Gil Vicente, o árbitro apita antes por, alegadamente, o jogador do Estoril, Gamboa, ter cometido falta atacante sobre o jogador do FCP, Evanilson, junto ao primeiro poste quando a bola foi para o centro da grande área.
Interferência na jogada: ZERO! Também num local para onde a bola não foi. Também aqui se inviabilizou a intervenção do VAR, quando a suposta falta só pôde existir na imaginação delirante do sr. árbitro!

5 - Moreirense-FC Porto (0-1).
Penalty contra o FC Porto. Intervenção do VAR que levou a que o árbitro revertesse o penalty para uma suposta falta anterior do jogador do Moreirense, Yan Matheus, por, alegadamente, ter "tocado" (não se sabe onde nem como) no jogador do FCP, Fávio Cardoso, que o jogador do Moreirense estava a ultrapassar e se meteu à frente dele!
Falta atacante, mais uma vez, só na imaginação delirante da equipa arbitral.

6 - Já agora uma de bónus: no Benfica-Vizela (1-1), o Benfica, visitado, jogou 93 minutos em inferioridade numérica por expulsão do seu jogador Taraabt aos 7 minutos. No FC Porto-Gil Vicente, o FC Porto, visitado, jogou 98 minutos em superioridade numérica por expulsão do jogador do Gil Vicente, Vítor Carvalho, aos 2 minutos! (não é engano: foi mesmo aos 2 minutos que o Gil Vicente ficou a jogar com 10).

7 - E para terminar a semana em beleza, ontem à noite no FC Porto-Tondela (4-0) tivemos o pleno: o habitual penalty de gargalhada descortinado talvez com uma lupa em cima do intervalo; uma expulsão perdoada (por gesto semelhante ao que valeu a expulsão de Taraabt no Benfica-Vizela) a um jogador do FCP com o resultado em 0-0; e uma expulsão no Tondela na 2ª parte com o resultado em 1-0.
É o que os brasileiros chamariam “barba, cabelo e unhas”. Uma palhaçada completa, em que já nem sequer se tenta disfarçar a pouca-vergonha reinante. Só falta mesmo irem buscar o Paulinho Santos e o guarda Abel!

Perante esta sucessão de decisões inadmissíveis e incompreensíveis, e sempre para o lado do costume a fazer lembrar os anos 90, querem que os adeptos pensem o quê?

Que são apenas coincidências? Que é apenas azar?

Ou voltamos à estafada frase de que "o erro é humano"? Sentados numa sala com não sei quantas câmaras e mais não sei quantos ângulos, querem-nos impingir a aceitação do erro humano, quando eles estão lá justamente para corrigir os erros?

São demasiado crassos, e demasiadas vezes, para se poder considerar que são apenas erros humanos: errar tanto e tão escandalosamente é tudo menos humano. É tudo menos azar. E não acredito neste tipo de coincidências.

Ou é incompetência, ou é desonestidade, ou é premeditação, ou é fruta e café com leite, ou é isso tudo junto! Pergunta o ex-árbitro Duarte Gomes na sua página "Kick-off" o que fazer para melhorar isto... Talvez correr com uns quantos, acabar com a fruta e meter outros tantos na cadeia!

E não vale a pena tentar tapar o sol com uma peneira, porque aquilo que se passa está à frente de todos. Basta ver os acontecimentos no final do FC Porto-Sporting no Estádio do Dragão e esperar pelos "castigos" que hão-de surgir para o clube da casa para ficarmos mais uma vez esclarecidos sobre os "porquês" das arbitragens em Portugal serem tão más.

O futebol português é um esterco, e a arbitragem é a sua pocilga.

Kroniketas, sempre kontra as tretas

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