O voo das águias


Na passada semana assisti ao concerto de um grupo clássico, os Eagles, no Pavilhão Atlântico. Nunca foram propriamente um dos meus grupos favoritos, sendo que como muitas outras pessoas conheci-os mais pelo inesquecível Hotel California do que pelo conjunto da sua obra.
Com o tempo fui ficando mais atento a outros temas, ao mesmo tempo que o grupo se separava durante década e meia. Depois do reencontro e do segundo fôlego acabei por ficar mais atento à carreira das “águias” e quando soube da sua deslocação a Portugal achei que era uma oportunidade a não perder. E ainda bem que o fiz. Durante quase 3 horas, os 4 elementos que vêm da década de 70, secundados por mais 8 músicos (!!!), entre os quais 4 instrumentistas de sopro, brindaram um pavilhão quase a abarrotar com os clássicos que toda a gente esperava alternados com temas do álbum mais novo, “Long road out of Eden”. Mas o maior destaque vai para o virtuosismo dos instrumentistas cantores (os Eagles são dos raros grupos em que todos os elementos cantam) que conseguem harmonias vocais maravilhosas ao alcance de poucos. A idade nota-se nas faces e nos cabelos mas não na execução. 3 guitarristas fazem uma conjugação sonora notável e mais um guitarrista convidado eleva a performance a níveis superiores, muito bem secundado pelos fundadores resistentes.
Não se trata de um concerto para dançar e muito menos estar aos pulos; trata-se de ouvir música tocada e cantada maravilhosamente, quase não se dando pelo passar do tempo. O que se pode pedir mais dum espectáculo destes?
Foram 3 horas muito bem passadas. As águias continuam a voar alto.

Kroniketas, audiófilo encantado

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