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A mostrar mensagens de julho, 2008

Benfica - realidade ou ficção?

Escreve o Luso no blog Pontapé na atmosfera acerca do plantel benfiquista para a nova época e termina com uma pergunta: realidade ou ficção? A minha resposta é esta: toda a estrutura do futebol do Benfica é uma ficção. Época após época, descarrega-se no estádio da Luz mais um contentor de jogadores. Depois da tragédia da época passada, este ano é mais do mesmo. Com tanto "reforço" já devíamos ser a melhor equipa da galáxia... e arredores, pois todos os dias mais alguém vem "reforçar" o plantel. Expectativas, já não as tenho, a não ser talvez conseguir ir à Taça Intertoto. Por isso em boa hora resolvi poupar os 160 € que me custaria a renovação do lugar cativo para ver espectáculos deprimentes. As grandes apostas nos talentos emergentes há um ano (Freddy Adu, Fábio Coentrão) agora transformaram-se em empréstimos provavelmente para nunca mais voltar. O que se pode dizer para já desta nova era com Rui Costa ao comando do futebol encarnado é que mudaram as moscas mas a

Obrigado, JVP

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João Vieira Pinto, o “menino de oiro”, como foi chamado, pôs fim à carreira de futebolista. É mais um da “geração dourada” do futebol português que pendura as botas. Agora só resta mesmo o Figo e o Fernando Couto. Como benfiquista não quero deixar de agradecer a João Pinto tudo o que deu ao Benfica nos oito anos em que lá esteve, antes de ser vergonhosamente escorraçado para fora do clube por um vigarista e gatuno que em má hora os benfiquistas elegeram como presidente do Benfica e que mesmo passados oito anos de ter sido corrido pelos mesmos sócios ainda está a contas com a justiça. João Pinto escreveu de águia ao peito algumas das páginas mais brilhantes da sua longa carreira e da história do clube. Enquanto teve companheiros à altura das toneladas de talento espalhou o perfume do seu futebol pelos campos do país arrastando consigo a equipa para alguns (infelizmente poucos) feitos que na altura não pareciam possíveis. Na memória de todos os adeptos ficará para sempre a inesquecível e

Paraísos prostituídos

Mais um artigo notável de Miguel Sousa Tavares no Expresso desta semana. Com a devida vénia deixamos aqui a transcrição do mesmo. “A primeira vez que passei uns dias de Verão em Porto Covo, ainda o Rui Veloso não tinha imortalizado a aldeia e a sua ilha do Pessegueiro, pouco mais havia do que aquela simpática praceta central, de onde irradiavam três ou quatro ruas para baixo, em direcção ao mar, e duas ou três para os lados. Tinha nascido uma pequena urbanização de casas de piso térreo, uma das quais me foi emprestada por um amigo para lá passar uns quinze dias. Havia a praia em frente, magnífica, e a angustiante dúvida de escolher, entre três restaurantes, em qual deles se iria comer peixe, ao jantar. Nos dois anos seguintes, arrastado pela paixão pela caça submarina, aluguei uma parte de casa em Vila Nova de Milfontes, com casa de banho autónoma e duche no pátio interior, ao ar livre. Instalei-me com o meu material de mergulho e um pequeno barco de borracha, no qual ia naufragando qu

De luto pela língua portuguesa

Hoje é um dia triste para a língua portuguesa. O Presidente da República promulgou o malfadado Acordo Ortográfico que assassina a essência da língua e lança o caos nas regras que andamos a aprender há décadas. Simplesmente porque agora deixa de haver regras, é o vale tudo. Não há acentos, não há hífenes, não há “H”, e ainda há o pequeno pormenor de cada um poder escrever como fala. Há algumas semanas José Pedro Gomes perguntava num artigo de jornal se vamos conseguir impingir aos brasileiros o “treuze”, a “runião” e o “pugrama”. Porque com este acordo eles é que nos vão impingir todas as tropelias que fazem à língua. Aliás, não sei mesmo se a partir de agora ainda valerá a pena ter um dicionário à mão porque os erros ortográficos praticamente vão deixar de existir. Que sorte para os alunos e para os que legendam os filmes e as notícias nos rodapés dos telejornais... Por mim vou continuar a distinguir “fato” de “facto”, “ato” de “acto”, “pato” de “pacto”, “ora” de “hora”. E “homem”, pas

Tentámo-zo demover

Com a pré-época futebolística a começar vive-se agora o folclore das contratações em catadupa anunciadas diariamente nos jornais, a maioria das quais acabam em nada. Para o Benfica já foi anunciada para aí uma dezena de jogadores que não vieram, tal como aconteceu com o treinador após a saída de Camacho. Mas para começar já levámos um murro, ao deixar sair para o Porto o uruguaio Rodriguez, um dos melhores jogadores no desastre que foi a época passada, cuja situação se deixou arrastar até este desfecho. Não pude estar na assembleia-geral do Benfica da passada semana mas li nos jornais que acabou de forma tumultuosa, com o presidente Luís Filipe Vieira a ser vaiado e escoltado pela polícia. Devo dizer que não me surpreende o sucedido porque tem havido um acumular de erros de gestão que se metem pelos olhos dentro e cada vez são mais as vozes contestatárias ao presidente que foi eleito com mais de 90% dos votos em 2003. As sucessivas asneiras, acrescidas de um discurso errático e demagóg

O que os outros disseram (XLIII)

“Há uma verdadeira quadrilha que se apodera do Estado para benefício próprio.” (Clara Ferreira Alves, “O eixo do mal”, Sic Notícias, 8-6-2008)