Néctares de Baco (5) – Beber tinto à temperatura ambiente?
Para concluir esta série de dissertações vinícolas e antes de ir de férias, vou-me debruçar (sem entornar) sobre o último dogma: branco e verde bebem-se frescos e tinto bebe-se à temperatura ambiente.
Se a primeira premissa está certa, nada de mais errado para a segunda. “Temperatura ambiente” num dia como hoje significa beber o vinho a 30 graus. Isso seria se o vinho tivesse acabado de sair duma cave fresca. Qualquer livro ou revista refere as temperaturas a que os vinhos devem ser bebidos e nunca vi nenhum que recomendasse beber o vinho tinto a mais de 18º C. O que é grave é a falta de noção que existe nos nossos restaurantes a este respeito. Já tive algumas situações hilariantes com empregados de mesa ignorantes na matéria, havendo um que teimava que um vinho que trouxe morno para a mesa estava a 17º!!! Também tenho surpreendido alguns comparsas à mesa ao pedir um frappé, o que motiva este invariável comentário: “não sabia que se refrescava o vinho tinto”. A minha resposta também é invariável: “não se refresca, não se pode é beber morno”. Nada que uma hora no frigorífico ou um balde com gelo e água ou mesmo uma manga de refrigeração não resolvam (esta última, aliás, até refresca mais depressa que qualquer uma das outras opções). Se for no restaurante, não hesitem em pedir para arrefecer o vinho se este vier morno, porque fica imbebível e só se sente cortiça na boca, perdendo completamente os aromas.
Quanto aos brancos, verdes, rosés e espumantes, não há problema: se ficarem frios demais (o que também os faz perder os aromas, não se deve cair no exagero oposto), ao irem para a mesa e serem servidos nos copos a temperatura começa rapidamente a subir, por isso depressa atingirão uma temperatura ideal. Mesmo os tintos, depois de arrefecidos, começam a aquecer depois de servidos. E agora no verão a questão da temperatura é fundamental para não se andar a beber vinho “quente”. Porque não comprar um termómetro de vinho para tirar as dúvidas? Pode-se colocar o termómetro no copo ou na garrafa, quando esta ainda está cheia, e certamente haverá muitas surpresas em relação à temperatura a que se está a beber o vinho.
Este foi o meu último post antes de férias, pelo que fica o Tuguinho e os outros a tomar conta do estaminé. Em Setembro voltaremos com algumas sugestões vinícolas para a nova época, aproveitando as diversas feiras que se vão realizar. Até lá, bebam com moderação (lembrem-se que beber bem não é beber muito; quem bebe demais é porque não sabe apreciar o que está a beber) e, por favor, não o bebam morno. Vinho não é sopa.
Kroniketas, sempre kontra as tretas e de termómetro no copo
Se a primeira premissa está certa, nada de mais errado para a segunda. “Temperatura ambiente” num dia como hoje significa beber o vinho a 30 graus. Isso seria se o vinho tivesse acabado de sair duma cave fresca. Qualquer livro ou revista refere as temperaturas a que os vinhos devem ser bebidos e nunca vi nenhum que recomendasse beber o vinho tinto a mais de 18º C. O que é grave é a falta de noção que existe nos nossos restaurantes a este respeito. Já tive algumas situações hilariantes com empregados de mesa ignorantes na matéria, havendo um que teimava que um vinho que trouxe morno para a mesa estava a 17º!!! Também tenho surpreendido alguns comparsas à mesa ao pedir um frappé, o que motiva este invariável comentário: “não sabia que se refrescava o vinho tinto”. A minha resposta também é invariável: “não se refresca, não se pode é beber morno”. Nada que uma hora no frigorífico ou um balde com gelo e água ou mesmo uma manga de refrigeração não resolvam (esta última, aliás, até refresca mais depressa que qualquer uma das outras opções). Se for no restaurante, não hesitem em pedir para arrefecer o vinho se este vier morno, porque fica imbebível e só se sente cortiça na boca, perdendo completamente os aromas.
Quanto aos brancos, verdes, rosés e espumantes, não há problema: se ficarem frios demais (o que também os faz perder os aromas, não se deve cair no exagero oposto), ao irem para a mesa e serem servidos nos copos a temperatura começa rapidamente a subir, por isso depressa atingirão uma temperatura ideal. Mesmo os tintos, depois de arrefecidos, começam a aquecer depois de servidos. E agora no verão a questão da temperatura é fundamental para não se andar a beber vinho “quente”. Porque não comprar um termómetro de vinho para tirar as dúvidas? Pode-se colocar o termómetro no copo ou na garrafa, quando esta ainda está cheia, e certamente haverá muitas surpresas em relação à temperatura a que se está a beber o vinho.
Este foi o meu último post antes de férias, pelo que fica o Tuguinho e os outros a tomar conta do estaminé. Em Setembro voltaremos com algumas sugestões vinícolas para a nova época, aproveitando as diversas feiras que se vão realizar. Até lá, bebam com moderação (lembrem-se que beber bem não é beber muito; quem bebe demais é porque não sabe apreciar o que está a beber) e, por favor, não o bebam morno. Vinho não é sopa.
Kroniketas, sempre kontra as tretas e de termómetro no copo
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